segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Como lidar com algo que não tenho autoridade para dizer-te como

Skyrim. Para uma gigantesca multidão de gamers, principalmente aos fãs de RPGs¹, o jogo do ano (2011). Demoraram aproximadamente dois meses para que eu fosse saber o porquê. Apesar de à época do lançamento eu já possuir meu Inspiron 14R 920 com as configurações necessárias (tirando a maldita placa de vídeo "Intel HD Graphics" *eca*, a única coisa que me faz ter de jogá-lo nas piores resoluções) para rodar o jogo, levei um tempo para descobri-lo (What a SIN!). Em meados de Dezembro já sabia de sua existência, fosse pelo alvoroço de conhecidos e amigos meus que o usufruíram (porque, hoje, joga-se Tetris e Super Mário, mas usufrui-se de um jogo com tal alto calão; lo he dicho). Porém, at first, apesar de planejar usufruí-lo somente nas férias de junho deste ano, o fiz somente mês passado. "Fi-lo, porque qui-lo"(...) Ahahaha, não, não foi BEM assim. Fi-lo, porque pensei comigo:

1- Nos últimos anos venho percebendo o quão chato e deprimente (ao final das contas) pode ser jogar um jogo sem ter com quem compartilhar alegrias, desafios, frustrações, etc. que o mesmo tem a oferecer. Um RPG desse tipo, que não é usufruído ONline, oferece um certo "perigo", uma certa ilusão. Por quê? Simples: Você joga para divertir-se, aprender, "zerar" (posto que NUNCA vi um RPG onde você consiga DEFINITIVAMENTE zerar, isto é, sem ter mais nada a fazer dentro dele. Isso é um dos motivos do "perigo") e, acima de tudo, dos deveres de um jogador comum, ser o melhor do melhor do melhor, SR! Entretanto, de que adianta tudo isso se não há aquele amigo(a?)[Tá bom, algumas poucas meninasficam tão mais 'interessantes' por issotambém jogam] com quem comentar e/ou vivenciar tais experiências contigo? Busquei, pois, meios e motivos para jogar RPGs. É saudável a um homem o dever de buscar motivos em tudo (raríssimas as exceções), até mesmo àquela jogatina incessante, pois ela pode te levar a esse perigo de te deixar na ilusão, por levar-te a um "non sense recursive behavior".

2- Após algumas horas após -> este momento <- pensei: meu amigo Marcial e eu estamos de férias, ele vai usufruir de um jogo desse e eu vou ficar esperando ATÉ junho pra jogar uma coisa que daqui pra lá (perdoe-me, não é desprezo a algo tão gigante quanto o mapa do próprio jogo, é preocupação) OBSOLETA? BITCH PLEASE.

E foi assim que eu comecei a usufruir deste jogo, que julgo ser um dos melhores que já passaram pela minha vida, como RO, Gunz Online, Maple Story, FFVI, Megaman X, e tome etc. Inclusive não postei durante este final de semana porque estava, digamos, tendo uma "recaída" clique aqui e veja a cara do minha consciência quando você leu isso e SE você se lembrou que estou tentando parar. Anyway, the point is simple: estou tentando parar mesmo, porém para retornar, aí sim, só em junho. Why? Whinter is coming? Não, oito dragões (a quem eu disse que era 9, enganei-me nas contas, desculpe pela "falsidade ideológica") travestidos de disciplinas acadêmicas. Algumas atrasadas, outras, temidas. Skyrim é uma das algumas prerrogativas que terei de deixar este semestre.

Outro tópico importante: estou parando momentaneamente Skyrim pela minha mãe. Bem, meus pais, e creio que a maioria dos pais com faixa etária acima dos 40 assim o fazem, nutrem um preconceito seboso por jogos, a coisa fica ainda mais afrodescendente (aos politicamente corretos, já que se fala de preconceito) se falarmos de RPGs (agradecimentos aos sebosos mídia e nerds revoltados 4reveralones assassinos deprimidos pela construção dessa mentalidade nas décadas passadas). Quando pensei "Sei que muitas vezes, e não são poucas, os pais estão certos, mas muitas vezes também eles erram por só quererem ver aquilo que querem ver" estava referindo-me mais ou menos a isso. A visão de um adulto com tal idade parece-me ser fácil de explicar numa asserçãozinha básica, meu quiridó: não adianta jogar Skyrim, por vezes eles ainda acham que você joga Tetris!

a) Tente explicar toda a estética e sentido de um jogo como Skyrim.
b) Argumente o quanto de trabalho intelectual e criatividade são exigidos para a criação de uma Magnum Opus como essa (desde a trilha sonora, que convoca alguns dos mais conceituados músicos da atualidade, até o design e a trama, que mais parece um romance best seller com a incrível possibilidade de vivê-lo!).
c) Diga-lhe que a industria atual dos games consegue equiparar-se em importância à do cinema.
d) Junte tudo numa bacia e deixe em banho-maria por 10 minutos de conversa jogada fora e...

Mainha dirá "Em que é que [aqui ela quase vomita quando diz a palavra] JOGO vai servir pra você na vida, Pedro Henrique? É um vício!". Finish him! There's no more argument, cuz SHE ALWAYS DOESN'T UNDERSTAND!! Mas sabe o que quero fazer? Uma ideia que meu amigo Marcial não me deu, mas, sim, surgiu de um ato involuntário e de um comentário seu quando no começo deste ano, fui à casa dele. Eu quero mostrar e demonstrar, esse semestre, como eu estou estudando muito e buscando "o que fazer da vida". Quero que ela VEJA, todos os dias, quando passar à frente da porta de meu quarto, que deixarei sempre aberta, isso, afim de que, quando as férias chegarem novamente, não haja argumento que me tire de uma das coisas que mais gosto de fazer da vida: usufruir de obras primas. Claro que esse não é o motivo principal da dedicação que pretendo pôr em prática nos estudos este semestre. Mas, no fundo, é o que me dá mais estímulo para fazê-lo. Isso até lembra-me o peculiar confronto "Pai vs Filho" em "Terra Nova" (série mediana, porém com uma trama interessantíssima, pena que não renovará, parece): Captain Nathaniel Taylor vs Lucas Taylor. Em suma, Lucas, amargurado (não vou entrar em detalhes, ASSISTA À SEASON 01!), quer levar adiante, custe o que custar, um plano envolvendo pesquisas com "viagem temporal" que seu pai condenou e destruiu com as próprias mãos. O personagem vive então com uma sede em mostrar que, no final, conseguiu ganhar do seu odiado pai. O que muda comigo, É CLARO, NÉ, DUH!, é que não quero ver minha mãe morta, mas, sim, mostrar que já tenho idade o suficiente para fazer o que quero quando gosto disso e quando quero e ainda ser um "homem de sociedade".

Decerto que meus pais estão certíssimos quanto a uma coisa, e isso eu infelizmente demorei muito a concordar, concordo há pouco tempo: jogo vicia. Não como drogas ilícitas ou álcool, mas é algo a se tomar precauções, sim. Nada mais confirmador que um dos meus primos, "um homem feito", porém ainda exímio jogador, também, alertar-me sobre isso este final de semana, quando notou que passei quase todo o sábado e metade do domingo jogando o tal do Skyrim. Dividindo as cartas à mesa, a decisão que tomei foi a seguinte: jogar é uma dádiva àqueles que possuem mãos e cérebro apto (pobre Stephen Hawking, tem "o cérebro e a mão, mas não pode pegar o pão"), é bom demais, mas tem a sua raiz num vício. Um vício que, de fato, faz-me esquecer outros vícios e, inclusive, más lembranças minhas (não são poucas). Por tanto, quando assim o é de tão bom, esta atividade será redirecionada para horas onde o vício pode vir à vontade, isto é, horas vagas, ou seja, FÉRIAS, MANOLO!

Well, that's it. Quem sabe eu ponha mais coisa, NÃÃÃÃÃO, JÁ ESCREVEU DEMAIS POR HOJE, ESSA PORRA FICOU MUITO GRANDEEEE! mas é mais ou menos isso ae.

Nota:
¹. O emprego da palavra RPG nesse texto visa referir-se abertamente ao estilo de alguns jogos eletrônicos modernos, ou mesmo antigos, que podem envolver desde elementos como "HP, Stamina, XP, tramas pseudo-medievais, dragões, etc.". Não deve ser entendida como uma referência inerente à entomologia da palavra em seu emprego primeiro na história da humanidade (Role Play Game), isto é, o clássico "jogo de mesa".

6 comentários:

  1. Pô, é foda, mas esse conflito pais vs filhos gamers acontece com todo mundo. E não precisa nem ser com relação ao jogo, mas ao próprio computador. Eu me lembro de que, no final do semestre (quando eu tinha 303934034009 de trabalhos de 7 disciplinas e ficava acordada até muito tarde fazendo-os (apesar de ter que acordar cedo)), minha mãe chegou pra mim e disse que eu tava viciada no computador, que isso era um problema, era perigoso, que eu não me levantava para fazer mais nada e que (believe me, she said that) eu ia virar um zumbi. WTF? Um dia, ela me chamou pra conversar sobre isso e fui bem sincera com ela. "Eu estava tentando terminar meus trabalhos e estudar para todas as provas e, desse modo, passar sem quarta prova (coisa que eu fiz, beigos). Infelizmente, a ferramenta que tenho de utilizar para meus estudos é o computador e, a menos que você queira fazer os trabalhos por mim, eu farei o que for para terminá-los, inclusive dormir mal. Não vou virar um zumbi, etc." O que quero dizer é: se isso acontece quando se está fazendo TRABALHOS da UNIVERSIDADE... imagine quando se está jogando (e nem nas férias dá pra escapar). (O pior mesmo é que, quando você resolve sair de casa, também recebe reclamação do tipo "você só fica saindo".) É mesmo um saco, mas é coisa de pai/mãe.
    E o pior é que é impossível zerar Skyrim, né, porque quanto mais quests você conclui, mais quests você recebe e aí vira um ciclo vicioso escroto. BTW, queria ter ele no meu pc :(
    Sei lá, sei mais o que dizer, não. Ficar na frente de aparelhos com luz artificial (PC, TV) faz mal mesmo, mas fazer o quê. O jeito e ver se dá uma parada de vez em quando pra ler um livro (I mean the REAL STUFF), rs.

    P.S.: não vou assistir a uma série que foi cancelada, oi.

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    1. Fiz praticamente um post nesse comentário, ohgodwhy D:

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  2. Entendo como se sente jovem padawan. Isso acontece porque eles estão apenas seguindo a cultura que lhes foi ensinada e quando você passa dos 23 é muito difícil mudar sua mentalidade e opinião. Não sei onde li, mas existe por aí um artigo de que o ser humano é muito menos racional do que ele pensa (e é de onde tirei esse negócio dos 23). Todavia, a trilha sonora "should catch them by the balls". Quer dizer, seu pai escuta Édith Piaf, então ele ainda deve ter salvação pelos ouvidos!

    São bons jeitos de cativar uma pessoa pro teu lado: estômago e ouvido!
    E regra de ouro do bom relacionamento: nunca continue um discussão. As pessoas não se lembram do que você diz, elas se lembram de como você as fez sentir, então discutir só leva a ferir os sentimentos de um ou de ambos.

    Portanto pense bem antes de discutir com mãe ou pai, ou realmente qualquer pessoa. No começo pode ferir seu "id" e "ego", mas quando você se acostuma, é uma mão na roda.
    Outra coisa (e essa não refiro-me a sua mãe ou pai, é mais geral): JAMAIS duvide da capacidade de um ser humano ser extremamente insensível e arrogante, esse negócio de "troll" é brincadeira e faz todo mundo rir, bem aqui vai um pedaço de realidade pra você: A MAIORIA DAS PESSOAS são trolls naturais (gigantes, não se surpreenda uma pessoa estar rindo enquanto pisa no que você acha), sinceramente, por isso que não socializo muito, há muitos otários no mundo.

    Esses últimos parágrafos não tirei de outros, isso aí é pura experiência, sei na pele. Afinal não cheguei onde estou, nem escolhi ser assim, por acaso.

    PS.: Vocês são o máximo
    PS.2: Olha só, Pêdo instigando miniposts..

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    1. Quero esse artigo dos 23 anos! (Olha, você vai super se dar bem com as minhas aulas de Evolução do Comportamento Humano :D)
      Marcial quase um teórico moderno na área do Comportamento aí em cima, rs.

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  3. "[...] por isso que não socializo muito, há muitos otários no mundo."
    Quem está sendo arrogante agora?
    hahahaha

    Não falei?

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  4. -Jesus é o senhor!
    -Não mesmo, é o senhor!
    -Tá bom, mas Marcial é oo cara.
    -Não, Marcial é Jesus

    (...)

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