quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Rubro Vinho

"Vermelho. Não, vermelho brandamente alaranjado, com uma nuança de linhas pretas.". Assim pensava ao contemplar o pôr do sol da pequena cidade. Pensamento gratuito? À primeira olhadela, sim, porém havia uma subjetividade sorrindo-lhe maliciosamente, invisível e petulante, por trás dos desarrumados cachos daquele homem que tinha por obrigação escrever um conto ao jornal onde trabalhava. Importava isto: ficar bom, ótimo, excelente; um ruim só serviria à lareira do diretor. Sabia que tinha inspiração, porém demorava a agarrar os instrumentos de trabalho e riscar qualquer artigo seguido de algum nome, ou apenas um substantivo (caso conciso quisesse se apresentar nas linhas introdutórias). A tal inspiração por vezes estava abaixo de sua nuca ou acima de seus óculos; nunca à frente. Não conseguia vê-la, todavia sentia a brincadeira cuja mesma fazia consigo. A pirraça não vinha. Não a via.

Como o ócio o consumisse, ensaiando a conhecida tristeza dos procrastinadores, resolveu pensar em outra coisa. E pensou nela: a ruiva do andar de cima. Morava na mesma pensão que ele, embora a três andares e quatro passos longos completos à frente da escada do quinto andar. Ele contara, paranoicamente... religiosamente! Várias vezes viu a si numa mescla de loucura e vergonha, carregando uma carta recheada com algum lirismo próprio, em direção àquele quarto de um só e tão belo inquilino. Em todas retornara mais rápido ainda no instante do "quase quarto passo longo", portando o papel dessa vez na outra mão. Havia sido encharcado de suor e amassado até criar estrias aleatórias, tamanho o nervosismo e a raiva de si pela covardia. Em pouco tempo retornava ao seu quarto, reunia todo o desgosto e enfiava a cabeça sob uma coberta que lhe provesse o abafamento necessário às suas pragas, "Porquês", e desejos mais inumanos. "Sim, inumanos, pois que sou um animal único apartado da coragem, solitário, no cio, num ciclo, do contrário não estaria repetindo meu sofrer. Sou um escravo de meus próprios instintos, os quais os homens chamam, ébrios, de 'paixões'.". Praguejava mais um pouco. Poucas horas depois deixava de ser bicho amargo e voltava a ser um homem de necessidades menos egoístas, como a de escrever para o jornal.

Enquanto se espreguiçava sentado na cadeira desconfortável que suas economias podiam comprar, ouviu passos na escada. Não os reconheceu, também não era tão tenaz assim sua fixação pela mulher para chegar a tal ponto. Todavia, criou-se em sua mente a esperança de que dela fosse tal barulho cujo carvalho na madeira dos degraus limpos recentemente ajudava a criar. Ainda assim, não correu ao seu encontro. "Se me ver atrás dela, pensa que sou louco, no mínimo pede explicações. E não sou bom em subterfúgios.". Não obstante, sua "loucura" era apenas ser apaixonado pela beleza da mulher. Beleza a qual o fazia decodificar a desconhecida, mesmo sabendo-se suscetível ao erro comum às deduções. Como a moça usava rubros óculos cor de seiva vívida, imaginava-a inteligente, um ser dotado de branda prosa. Capaz de acalmar ou instigar seu coração com falácias sobre literatura ou artes, nas noites onde as estrelas e vaga-lumes juntos excedessem o brilho artificial dos candeeiros das tavernas. Premeditava o cheiro e a maciez das ondulados madeixas vermelhas. "Devem ser tão olentes como...não flores, elogiam-lhes o odor, que para mim sempre foi de mato. Convençãozinha poética desgraçada! Clichê! Seus cabelos devem cheirar a perfume francês. Não, talvez às terras bucólicas irlandesas. É provável que sejam da consistência de uma sedosa bandeira régia holandesa! É isso!". Os olhos... nunca a olhara diretamente neles, posto que a espiava sempre quando podia. De longe notava-se o quão esverdeados eram. Tinham a verdura fresca do musgo das florestas virgens escocesas, e ainda o brilho de uma esmeralda prospectada afortunadamente numa mina europeia. Lançar o olhar à pele alva da moça era como ter uma nostalgia do futuro. Do rosto aos calcanhares, lembrava-lhe a neve ocidental, que nunca vira a não ser por imagens impressas em folhetins náuticos. Reaviva-lhe o desejo pueril de viajar e construir em tais terras frias uma vida ao lado de uma mulher como aquela. Regozijava-se nas epifanias. Tudo nela era a lembrança mais pura da Europa virgem, ainda pouco miscigenada. Apesar de também pensar no severo inverno europeu, não se importava: aprazia-lhe mais o frio e aquela moça do que o calor e quaisquer morenas dissimuladas de sua terra.

Acordou do agradável devaneio quando percebeu o papel anormalmente obumbrado. Tinta havia manchado sua camisa, cotovelo e boa parte da mesa, pois deixou-se inclinar desprevenido sobre o pote pelo torpor imbecil dos que sonham, mas não dormem. Sentiu a revolta subir ao pescoço, onde parou quando, devido à pensão estar deveras vazia àquele horário, ele percebeu o som distante e baixo de uma porta fechando-se. "Ela entrou". "Não queres entrar lá também?". Parou por um instante, surpreso com tal eco de pensamento. Era a voz de sua consciência que o tentava. Um tom de voz subordinado, entretanto demoníaco que o tornou desconfiado, porém sob um efeito inesquivável de sugestão. Então compreendeu que era isso que estava pairando atrás acima de sua cabeça todo o tempo. "A porta é fechada e não há campainhas nos quartos. Provavelmente ela deve estar banhando-se. Não ouvirá a porta caso eu a bata. Não há como". Disse-o mentalmente sem questionar o porquê do comportamento esquizofrênico, quase como que hipnotizado de todo. " No banho? Sim, na banheira! A pele alva, as madeixas vermelhas, os olhos verdes cerrados, tudo sob a água, sob um enxague que emana tentação. Por que não? Use escada para a caixa d'água, depois a janela, tolo! Depois... depois um homem apaixonado saberá o que fazer, ou sofrerá mais uma, duas, três, QUATRO MIL SEMANAS! É hora de decidires se és mero amante gratuito, pisado e escarro da solidão, ou um homem da querença de tê-la em seus braços ". Tais palavras do seu próprio ser confinaram-lhe a própria razão. O homem não venceu a si mesmo, ficou vulnerável, virou uma marionete de uma mera sugestão tão visível como o Deus cristão no inferno.

Seguiu todas as recomendações daquela voz sugestiva, até que deu por si trepado numa janela do quinto andar da pensão, observando seu objeto de desejo banhar-se num chuveiro, de pé sobre uma banheira lisa. Embora perplexo, sem entender direito como chegara a tal nível insano, seus olhos vislumbraram a moça, começando pelos belos cabelos ruivos, fios perfumados e ungidos com água. Na Espanha passariam a ser "Rojos". Depois passou aos brilhantes e meio abertos olhos verdurosos. No momento em que lhe vislumbrou a pele dos róseos seios, ela o percebeu em sua desavergonhez. Arregalou as esmeraldas em pânico e soltou um grito agudo assustado de menina apunhalada mesclado a um suspiro de donzela traída, ao tentar respirar mais ar . Mas não o conseguiu. De tão nervosos em suas vergonhas, escorregaram de onde estavam. Ele da borda da janela na qual segurava para a lança negra e enferrujada de um portão de ferro abaixo. Atingiu-o bem ao meio do tórax, que inutilmente servira àquele organismo para a proteção de um coração latente e amedrontado. Ela na queda aflita bateu a cabeça de encontro ao piso liso da alva banheira molhada. Apagou-se-lhe o brilho das esmeraldas, os cabelos mais vermelhos ficaram, a pele nívea maculou-se do próprio fluído que a corava em momentos tímidos. O rubro vinho da morte cobriu-lhes laconicamente ambos os cenários.

***

O escritor despertou de um sonho profundo e perturbador. Virou a dorida cabeça parcialmente enrijecida pela soneca ao relógio de parede. Viu-o marcar seis horas e trinta e quatro minutos da tarde. Dentro de quase quatro horas precisaria estar com o conto pronto no intuito inexorável de entregá-lo até o fim da madrugada ao diretor da redação, onde trabalhava das dez da noite até as quatro da manhã. E a primeira coisa que pensou para inspirá-lo fora justamente a única de que se lembrava do pesadelo. A que lhe infligia uma peculiar sensação de rasgão no peito. Pensou "Vermelho brandamente alaranjado, não". Concluiu "O rubro vinho da morte".

(PHP)
Madrugada de
29/02/2012


Ps.: Mal tem "Ps" hoje. Só quero dizer que uma Bela inspiração rende frutos magníficos. Quiçá mais diga depois se doces frutos no futuro eu provar de uma inspiração mais contínua. Quanto mais inspira(o)-me, mais oxigênio chega-me a cabeça. Assim melhor penso, assim melhor escrevo.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Oh! Dúvida, Lanceira tão maligna

Oh! Dúvida, Lanceira tão maligna
Que meu o peito incoerente ferra.
À leda mente minha vem e aterra;
Cavoucar nela ferida fidedigna!

Cava, esparge dor, não é benigna,
Que tem este o ofício teu na terra.
A especialidade flebótoma não erra:
Na mais aguda nervura finca, indigna.

Passa de uma a mais, multiplica-se
Quando imagino uns olhos preclaros.
Turvam-me a vista dois olhos claros.

Tuas nuanças, alinhadas esferas cerúleas,
Desconheço; neurônios tenho aprisionados,
Se a nós a Dúvida inda mantêm apartados.


(PHP - Outubro de 2011)

Ps.: Um soneto escrito numa época onde para mim escrever era como cagar ouro, mas quando saia, "modéstia a parte", nesta parte (sacaste, Aparício, meu caro?), saia duro (rsssss), lapidado e precioso. Uma época onde lia feito padre, à proporção em que escrevia feito analfabeto; mais que nada, quase nada. Tempo onde degustei sonetos camonianos pela primeira vez. Onde comecei a "copia-los", pois que, parafraseando os dizeres de hoje do meu prof. de Lit. brasileira I, o bom poeta, para fazer boa poesia, necessita produzir primeiramente "Copiando Os Grandes" anteriores a ele, para, depois, após enjoar, produzir do próprio organismo. Na época não sabia disso, entretanto parece que tudo foi correlacionado hoje: a aula e os pensamentos paridos dela com minha premeditação de publicar este soneto no blog. Aquela também foi uma época onde dois diamantes, de longe cerúleos e, ao fim, indiretamente traiçoeiros, tiraram-me, mesmo que num intervalo tão célere como um pata centípede, de uma seca produtiva literária.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Retórica de um pedinte

Senhores e senhoras... digo, senhoras e senhores. Perdoe-me a falta de jeito com as palavras, de início. Desculpe-me se alterno sem querer um termo ali ou outro aqui, se ouso derramar algum sentido em uma palavra a qual não possa tê-lo, em suma, essas coisas de principiante. É que sou de origem humilde, tal é a minha história. Posso contar um pouquinho dela, também sobre os tijolos e ferramentas que ajudaram-na a ser construída. Quiçá sobre uma sabedoria só minha, que adquiri mediante muita transpiração e trabalho ardiloso, com algumas "inverdades estratégicas" aqui e acolá, confesso.

Nunca fui trabalhador pai de família, sempre fui um homem perfeitamente saudável. Catar e/ou comer lixo? Jamais! Andarilhei muito pelas ruas, mas nunca tive essa inclinação louca para "sabores tão exóticos", além do mais sempre fui quase de todo preguiçoso, com exceção de alguns instrumentos de trabalho inatos: A boca e o cérebro. Sempre mantive-me com um pensamento semelhante a este: "Morre de fome um homem que não usa a própria boca, e por falta de diligência o que não usa seu cérebro". Era meu "pão de cada desjejum". Sobre isto, hoje percebo como eu era um "Jesus da vida", pois sempre conseguia multiplicar o alimento em três: Café, Almoço e Jantar. Além disso, tinha longas madeixas e barba crescida, "à semelhança do homem". Também eram instrumentos de trabalho. Nunca as pessoas dariam esmolas a um pedinte o qual vissem saudável, limpo, arrumado e polido, não achas? "Que petulância! Que safadeza!", diriam. Mas hoje relevo muito mais o "Que incoerência!". Era um ponto essencial: ser algo o qual justificasse suas ações.

Eu era um pedinte. usava Deus aqui e ali, em agradecimentos, previsões infundadas que mais pareciam travestidas ameaças de má fortuna, justificativas, determinismos, enfim, uma horda de subterfúgios e proselitismos. Mas quer saber? Se eu fosse o próprio Deus daria o alvitre mais sábio de todos aos mendigos, até porque a eles é deveras cabível: "Nascei, crescei, vivei, fingi, sobrevivei!". Para bom mendigo, meio fingimento basta. A arte de "convencer" muitas vezes requer "fingir". Pelo menos foi uma das coisas das quais notei quando há muito passava perto de um espetáculo teatral numa praça. O autor interpretava tão bem um vilão que, para seu infortúnio, interpretou bem demais. Acabou ao final da peça, quando nas reverências protocolares ao público, com um ovo quase do tamanho de uma laranja nos trajes negros, jogado por um espectador irado cuja interpretação doentia assimilou as duas figuras (ator brilhante real e personagem maléfico fictício) numa só e, para azar do atingido, fora a má fictícia. "Que desperdício", pensei "porém não sei se mais de alimento ou de virtude...". Tal experiência lecionou-me uma lição mais subjetiva ainda nessa filosofia de sobrevivência: "Saiba para quem fingir, onde fingir e, regra de/para cobre do/no 'Mendiguês', COMO... fingir".

Não tinha mais de dois "colegas de profissão", mas nos momentos de troça ambos chamavam-me de "pobre fingido", trocadilho que sempre me arrancavam um volátil "heh..." somado a um sorriso tão econômico quanto qualquer desejo que eu pudesse ter de compartilhar minha sabedoria e riqueza com eles. Tinha até uma quantia gorda de moedas e notas num jarro meio quebrado enterrado secretamente ao pé dum pinheiro da praça onde repousava. Nada punha em bancos. Pensava, satisfeito, "melhor arriscar-me a perder uma quantia pequena próximo a um banco dessa praça a pô-la em um banco. Dinheiro seguro é dinheiro palpável!". Outrossim adorava trocadilhos. Esse era um dos meus melhores. Produzia alguns nas horas vagas, quando vagabundava por achar que já havia "trabalhado demais". Às vezes vangloriava-me iludido, solitário como preferia ser, do título de "o maior convencedor da história dos homens", quando cego à contemplar minhas pequenas riquezas e feitos ao sabor cortante de álcool na língua, precípuo em noites frias. Obviamente, língua era meu forte. Todavia não sabia ler, mas as palavras exerciam-me um fascínio sectário. Dentre meus maiores desejos estava o de decifrá-las.

Por fim, quando realizei o desejo sem o qual não poderia estar revelando-o a ti, li muitos livros. Aprendi miríades palavras novas, aguçadas como minha língua, exóticas como o hábito sujo descrito acima dos homens que não a tem como a tenho, fortes como a inveja que senti por descobrir nas letras escritas em papeis amarelos fedendo a mofo, quando não os brancos novos e cheirosos, homens que convenciam outros melhor. Górgias, Sócrates, Protágoras, Aristóteles, Isócrates, sofistas, religiosos, uma tal de Escola de Frankfurt... enfim, muita gente antes de mim que sabia umas boas sentenças, como proferi-las, convencer com destreza, etc., e escreveram livros falando de tal arte, ainda que não somente sobre ela. Mas os que já se foram tiveram um imenso azar em não poderem beber da minha sabedoria. Garanto-lhe: todos eles podem ser exímios convencedores, intelectuais, etc. Todavia posso ter certeza de que nenhum saberia sobreviver somente de tais erudições.

Há dias, quando estava de vadiação, apareceu-me um sujeito trajando calças esfarrapadas, chinelos de couro desgastado dos lados e no calcanhar, sem camisa, de cabelos longos e barba mal cuidados. Chegou-me com um semblante petrificado, mas não sério ou zangado, apenas cansado e apático. Olhou minha expressão desconfiada, apontou-me o indicador à minha língua, sem tocá-la, porém a poucos centímetros dela, e somente disse sob um sotaque alveolar e numa cálida voz:

-Seu nome agora é Diogenes, o cínico.

E a resposta veio-me espontaneamente, descuidadamente como se tudo não passasse de um daqueles sonhos onde você sabe que está sonhando e "tenta a sorte em qualquer loucura aparecida":

—Bem... está certo nunca tive família, nunca fui batizado, os poucos que me conhecem chamam-me "pobre fingido". "Diogenes" é? Um nome interessante. —Fiz uma curtíssima pausa para rir-me interiormente após refletir num lampejo o que da minha boca antes tão diligente havia saído. Continuei —Aceitarei de bom grado. Agora, se der-me licença, estás a bloquear minha sesta ao sol após o segundo desjejum.

O sujeito ensaiou um sorriso no canto direito de sua boca, contemplou-me por mais quatro segundos, virou-me as costas e saiu caminhando de maneira cambembe. Só quando já ia longe reparei que, quando próximo, o homem cheirava levemente a vinho. Um cheiro de vinho um tanto azedo, um sabor misterioso nunca antes apresentado a mim. Pensei comigo "Esta cidade está cheia de loucos, talvez eu seja um deles, e já não ganho como antigamente. Eu deveria mudar-me para outra e começar a dar umas 'aulas homeopáticas' de minha sabedoria; pagas, claro. Quem sabe até escrever umas besteiras aprendidas nesta vida e ganhar o dinheiro dos livros! Já é tempo de ensejar algum legado.".



PHP

(16/02/2012)
Ps.: Texto SEMPRE passível de edição, então FICA LIKADO! Não toque no seu controle (Qêmerda!)!

I hope everyone like it!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

One music to confine part of the past

Sei que Einstein e "OS Einsteins", isto é, "homens DE ciência" (trocadilho irônico preposicional incoming) deste mundo não acreditam em acaso, coincidências incomuns, "mão do destino", those kind of things, em momentos cruciais, geralmente, na vida de um homem. Devo dizer que eu QuAse também. Mas eis que tive uma ideia, ontem, após laconicamente jogar Guitar Hero: Warriors of The Rock (aquele jogo que uns 'champs amigos meus QUE NÃO SABEM JOGAR E SE CAGAM NO MODO MEDIUM' dizem que é jogo de poser, se bem que essa parte chata da minha vida acredite se quiser EU criei essa comunidade há MUITO já passou). Toquei 2 das melhores músicas do jogo, para mim, as duas do Megadeth, banda que já conhecia, mas só fui escutar um pouquinho na época do Pré, pois Miyoshi aquele japa canalha que quase considerei um grande amigo e nunca mais deu as caras, aliás...como MUITA GENTE, nothing new, anyway começou a dar bastante ênfase a ela.

Enquanto empolgava-me na minha fantasia de guitarrista por 5:34 minutos, jogando na casa do meu primo (claro que no Medium, hehehehe), pouco antes de viajar de volta a Natal, tive uma ideia: vou escutar mais discos dessa banda. Ela faz um som que me agrada muito. É uma banda que sabe ser Thrash, na minha opinião, sem apelar muito pra gutural e com belíssimas melodias (bem como o Pantera), mas que nunca dei muita atenção. E hoje estava escutando uma música de um álbum dela. De repente, algo nas palavras que o cantor proferia na letra chamou-me a atenção. Pensei "Peraí, isso que ele tá dizendo não é inglês, que língua é essa?". Isso ocorreu hoje à tarde. Quando voltei agora da UFRN, voltei a escutar a música e resolvi pesquisar a letra. A música se chama "A Tout Le Monde", logo percebi que se tratava de "Omelette du fromage" (hehehehe! Clássicoow!). Mas a epifania veio quando li a letra. U fellows will know why...

"One Music to confine part of the past (The bad, of course, cuzz the good are all of you. That part have to be free!"

Pedro Henrique Pires


Don't remember where I was
I realized life was a game
More seriously I took things
The harder the rules became
I had no idea what it'd cost
My life passed before my eyes
I found out how little I accomplished
All my plans denied

So as you read this know my friends
I'd love to stay with you all
Please smile when you think of me
My body's gone that's all

A tout le monde (To all the world)
A tout mes amis (To all my friends)
Je vous aime (I love you)
Je dois partir (I have to leave)
These are the last words
I'll ever speak
And they'll set me free

If my heart was still alive
I know it would surely break
And my memories left with you
There's nothing more to say

Moving on is a simple thing
What it leaves behind is hard
You know the sleeping feel no more pain
And living, all are scarred

A tout le monde (To all the world)
A tout mes amis (To all my friends)
Je vous aime (I love you)
Je dois partir (I have to leave)
These are the last words
I'll ever speak
And they'll set me free

So as you read this know my friends
I'd love to stay with you all
Please smile, smile when you think about me
My body's gone that's all

A tout le monde (To all the world)
A tout mes amis (To all my friends)
Je vous aime (I love you)
Je dois partir (I have to leave)
These are the last words
I'll ever speak
And they'll set me free


Ps




domingo, 12 de fevereiro de 2012

Algo Que Nunca Acontecera¹

Era fim de tarde, num sábado desses em que festejos são a lei do final de semana. A alegria regia aquela festa, contaminando as pessoas com sua capacidade de embriagar-lhes o espírito. Estas, lá sorriam, conversando sobre um turbilhão de assuntos concernentes ao momento ou de tempos passados; aquilo que se fala em festas, as mesmices daquele ambiente. Corpos iam e vinham, irradiando linguagem corporal desconhecida dos leigos nessa ciência.

Estava a observar, imparcial, a fotografar o ambiente, mirando cada detalhe que passava despercebido dos demais distraídos. Todavia, apenas as nuanças de uma pessoa interessavam-me. Sabia que ela estava por perto. Conseguia guiar-me pelo seu aroma e, posto que fosse acobertado pelos aromas alheios, meu faro andarilho cumpriu bem sua tarefa natural achando-lhe. Mal a luz advinda de tal criatura tocou minhas órbitas oculares, sensibilizando-as, meu cérebro reconheceu as feições mágicas dum ser almejado há tempos. Ela era assaz diferente dos outros seres que ocupavam a massa humana ali presente, portanto, não houve errata no achamento. Cogitei, em seguida, a possibilidade duma aproximação efusiva; coisa comum em sociedade como aquela--penso eu--sem escrúpulos ou delongas. Entretanto, tratei de libertar-me dos convencionalismos daquela época, preferindo observar meticulosamente antes de agir, diferindo de outras ocasiões nas quais o ímpeto fumegante tirou-me o êxito. Fitei-lhe o rosto branco, delicadamente corado, depois os lindos cabelos marrons, dourados pelo poente da primavera. Pus-me a acompanhar-lhe o conjunto de fios tênues que lhe compunham uma franja horizontal um tanto transparente. Para minha surpresa estática, quando enfim atraquei o olhar em seus olhos estavam úmidos, como se já contendo uma tendência a transbordar tristezas. Uma inércia física tomou conta de meu corpo, libertando minha mente para refletir sobre a causa daqueles belos olhos fuscos estarem melancólicos. Aquela linda mulher estava triste, seu olhar mirava o chão como se através dele pudesse escapar dali para outra dimensão, onde poderia usufruir de sua tristeza interior em paz, ou compartilhá-la, mediante prosopopeia, com ele, sem que alegria alheia alguma quebrasse-lhes a elegia do momento. "Mas, afinal, por que estava triste?"--perguntava-me--"Se admiradores não lhe faltavam, a beleza era a matéria-prima de suas feições, e a alegria lhe rodeia como insetos numa perfumada margarida europeia?". Perguntas soliloquias instigavam-me investigações. Entretanto, davam-me coragem nenhuma de agir. Deixei-as, pois, engavetadas em meu subconsciente ocioso.

Após estas premissas pensativas, elegi, a tal momento, a hora certa duma aproximação. Fui ao encontro de tal beldade. Fiz uso das cordialidades apropriadas numa situação esporádica como aquela. Introduzi-me e fui correspondido com um sorriso preclaro, todavia sabia: por dentro havia melancolia--o presente podia enganar, mas era o passado a residência da verdade que afligia a donzela. Não obstante o semblante mascarando sua dor, mostrava-se receptiva a meus enleios tímidos indiretos. Respondia-lhes com uma graça digna duma deidade. Os gracejos estenderam-se por algumas horas, até o posfácio da celebração. No entanto, faltou-me o léxico necessário à continuação do cortejo, outrossim voltou-me a ânsia por saber integralmente sobre sua tristeza interior. Lancei-lhe a pergunta a qual, outrora, aliada à curiosidade, opugnava minha mente para que a adivinhação de sua resposta viesse como um fluxo repentino de sofisma. Sabia da existência do risco disso fazê-la se esvair, porém não havia escolha--era pular do penhasco e acreditar no que não se vê abaixo d'água ou permanecer ilhado, sem perspectivas. Entre "arrepender-se do feito" e "não ter a coragem de fazê-lo" preteriria esta última possibilidade. A vida é deveras breve. Deixar de fazer algo é deixar de viver esse algo. Não importando as circunstâncias desfavoráveis, tinha de tentar: ficar inerte não é bem a tática dos vencedores.

Olhava, atônito, para seu rosto, esperando uma resposta sincera ou um adeus desdenhoso. Uma espera como aquela era de causar infarte, mesmo no mais paciente dos meditadores orientais; havia algo muito mais instável, mais que a própria mente conturbada precursora à meditação, em jogo: o coração de uma mulher. Por sorte, fez-se minha vontade humilde. Quase a lamuriar, com olhos perdidos num vazio de incertezas, contou-me como fora abandonada, como lhes foi posto o olvido; bem conhecido dos que já foram ludibriados. "Então, era isso...se o destino alguma vez fosse tão cruel seria ali, contra aquela existência amena"--pensei conclusivo e tocado--"como pode criatura tão bela e amável ser abandonada? A lógica da ilusão está escrita nas atribulações dessa moça... hei de trazer-lhe seu semblante de outrora. Voltar a sorrir. É o que ela precisa para prosseguir nesta vida".

Peguei-lhe a lânguida mão. Olhei aquele rosto corado. Acariciei-lhe o tenro cabelo. Balbuciei talvez as mais doces palavras que a minha boca trêmula pôde soltar àquela hora enternecida: "Não estás só, na verdade nunca estiveste. Há tempos estive aqui, procurando uma oportunidade para ser teu esteio nesta e em outra horas nas quais dor e tristeza formam uma parelha e batem-lhe a porta do coração. Basta que queira-me ao teu lado, e irei engendrar as odes que tua alegria ainda há de produzir".

Algo que nunca acontecera ali estava aguardando numa linha instável de tempo para acontecer. Um sonho a transformar-se em realidade. Bastava apenas a este sair do seu casulo de esperança, dar início à mais pitoresca felicidade curativa: o amor entre dois jovens dum mesmo universo.

(PHP)

2009

Nota: ¹ A pedido da minha "kirida" Tia (A srta. disse que eu podia enviar por e-mail, mas eu não tinha certeza se o do msn servia, já que Marcial costuma usar somente o do G-mail e, bem, não tenho o seu, se o tem, nem estava a fim de procurar o que tenho na lista de contatos, ufa...), postei esse conto, escrito em 2009, que possivelmente foi o primeiro e último do "Utopia Romântica" antes desse meu antigo e iludido fodido primeiro blog morrer.

PN: Grazadeus que, dia desses, estive corrigindo como "uma verdadeira Daniela da vida" 3.0, 2.5, 1.5, 0.5, 0.5, 0.4, 0.1, ZERO, ZERO, ZERO ZERO... (ALÔ, PESSOINHAS JOINHAS DO NEVES 2009!) algumas (umas três ou quatro, o que deu) produções minhas desse tempo. Relê-las foi uma experiência que proporcionou-me diversas sensações, desde a tristeza e o desapontamento de tal época com a realidade ulterior aos textos, até a "satisfação pela obra em si" (O regozijo do criador pela obra, but I'M NOT A PARNASSIAN ASIAN , just to be clear). Reabriu, e creio que sempre reabrirá, 'feridas', 'lembranças', desejos 'irealizáveis', etc., a releitura de escritos como este conto. Porém, cura-as sempre concluir isto: é da tormenta do mar que surge uma falésia... FUS ROH DAH!

"Nuz aan sul, fent alok,
fod fin vul dovah nok,
fen kos nahlot mahfaeraak ahrk ruz!
Paaz Keizaal fen kos stin nol bein Alduin jot!"

Sry, essa parte da música cantou na minha mente depois de 'falésia'. Empolguei-me. Malz aê, champs!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

To shed some light: Shedding some quests on ALL my procrastinations (departed or unborn)

OLHA EU O LEÃOZÃO AQUI DE NOVO!!

Bem, esses dias eu estava "wondering", passeando por um dos domínios críticos (if u know what i mean) 'ainda'(?) não ameaçados da internet que gosto muito. Estava a rolar perigosamente a barra do navegador no 9gag quando deparei-me com isso:




Como é perceptível, trata-se de uma ideia GENIAL (OK, empolgay-u, CAPS NO MORE), original e interessantíssima de um pedagogo que merece um Nobel se a difundir. E que não me venham com preconceitos ou rótulos, porque recentemente vi RPG associado à educação em UM PROJETO DE PESQUISA olha aê, olha ê! DE Universidade!

Mas como você, Pedro da Silva, planeja pôr em prática alguns aspectos dessa ideia, inerente ao que está para chegar? Pretendo aplicá-la em algumas situações que não as de uma classe de alunos, mas, sim, de algumas deveres inexoráveis¹ cabíveis a mim neste semestre que chega segunda-feira treze(uuuuuuhhhiiii! Que meeedo, Keveedo!). Antes de ter tal perspectiva, estive pensando, para engendrar minha produtividade nesse período próximo, estratégias como "Timeboxes" para todos os tipos de tarefas não envolvidas com o estudo, "Esforço-recompensa", etc. (muito agradecido a meu hermanito Martial por ter "alumiado-me" a mente com estes e outros conceitos/conselhos. O supra-sumo da coisa é o seguinte:

a) Me gusta RPGs, principalmente seu "estilo de vida" 'LEVELético', 'EXPelético', 'CLASSético', 'SKILLético', enfim... Oh, god of neologisms, please forgive me, it was necessarry for simplification. Sei que pode ser um delírio, para muitos (bem, para mim, não, então queimem-se de inveja os 'muitos'.), mas já me peguei pensando que se a vida seguisse o sistema RPGético (Oh, god...again...) ela faria MUITO mais sentido.

b) Pretendo criar algo semelhante ao que você percebeu (se sabe inglês, se não, fuck you!Aaah, agora sabe, né?) na imagem que coloquei acima. Ela mostra, principalmente, um aspecto da metologia "Eforço-recompensa". Já venho pondo mais ou menos em prática algo embasado nisso. Por exemplo: Para ontem, criei 3 Quests, sendo uma opcional; por enquanto, sem recompensas (1- Ler 100 páginas de *; li 104; 2- Não gastar mais que 2 minutos vendo atualizações dos outros no facebook; i did it!; 3- (opcional) Não vou revelar aqui, hhehehe; anyway, i did it!). Para hoje, uma das 4 quests planejadas é justamente produzir esta postagem aqui (Doing the quest: you're doing it right!). A primeira Quest que quero agendar para domingo, quando estarei de volta a Natal, é: 1- Procurar meu caderno da UFRN, que perdeRAM (leu certo, após a consoante temática ) para criar, semanalmente ou diariamente, dependendo da urgência, desde quests e quantidades fornecidas por elas de XP, recompensas, etc., até atualizações de minha Skill Tree com a gastanças dos pontos de XP. É algo que pode funcionar assim, comigo: Se eu agendei que deveria ler, por exemplo, 60 páginas de "A Semiologia das Afasias" e assim o fizer, supondo que a tarefa (porque já falei a palavra quest demais!) renda 60 de XP, e eu tenha já adquiridos de tarefas anteriores 1940. Então, gasto os 2000 de XP para adquirir a habilidade na minha Skill Tree "It's Hammer Time!(1/5)" (nome meramente sugestivo, hehehe), que me dá o direito de, uma vez a cada 7 dias, no fim de semana, jogar 2 horas de Skyrim ou qualquer outro jogo de mesmo estilo. A próxima fase dessa habilidade "It's Hammer Time! (2/5)" dobra o seu efeito no elemento "vezes/fim de semana", porém custará mais XP ainda(Ex.: 2500 XP) para ser ativada, do contrário, como na esfera dum RPG real mesmo, as coisas ficariam divertidas, mas fáceis demais (e isso seria um perigo para os meus planos!). Quando minha quantia de XP zerasse, para adquirir mais deveria realizar mais tarefas, e assim continuaria.

c) Certa vez, não lembro onde, ouvi ou li(sei lá) que muita vezes (ou será que foi sempre?), BAH, CALA A BOCA E DEIXA O DISCURSO FICAR SIMPLES, CONSCIÊNCIA DA PORRA! (Tá bom, tá bom). Muitas vezes só se aprende quando se acha divertido e/ou interessante. Creio que no caso das crianças os dois funcionam sempre. No caso dos adultos, geralmente, o "interessante" prevalece. Nesse meu caso, acredito que serão as duas coisas (Bah, ainda sou parte de uma criança, só que agora com cabelo no sovaco, responsabilidades e uma vida de paixões e trabalho a levar!). E Creio que essa foi a maneira mais instigante e divertida que encontrei até agora de manter-me estável nesse objetivo probo que pretendo levar além.

Issaê, gente. Penso em deixar um pouco essas reflexões de lado nos próximos posts e voltar a escrever algo que, um tantinho assim, vocês gostam mais de ler, eu sei. Tenho 3 contos em mente, com títulos +- assim "O Homem Que Ficou Preso Numa Vaca"(daqui até lá imaginarei uma palavra para 'ficar preso', para que o título possa ser menos extenso), "Retórica De Um Pedinte", "Por Que Espada e Escudo?",etc. Nada em especial, tipo, algum filme, cena de série, nada, inspirou-me, efetivamente, a escrevê-los. Apenas uns projetos soltos no vazio os quais minha retentiva agarrou e apresentou-me. E, pensando, agradeci-lhe com todo gosto: obrigado, mente fértil.

Nota:
¹Considero-os "deveres inexoráveis" porque jamais posso ter em mente isto: Ah, deixa pra fazer depois, agora não. NÃO, não mesmo, se é inexorável, é inflexível. Se é inflexível, o momento de fazê-lo não pode ser flexibilizado numa linha temporal. Ainda não vi alguém que "dobrasse o tempo". Ele é "duro feito o meu... osso... da omoplata." Sou muito magricela, sabe?

Pn(Póst Nota):


TO SHED SOME LIGHT
Completed




terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

From a son to his mother

"Suffer the winter's cold wind, for it bears aloft next summer's seeds."

From: Thorald Gray-Mane
To: Fralia Gray-Mane

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Como lidar com algo que não tenho autoridade para dizer-te como

Skyrim. Para uma gigantesca multidão de gamers, principalmente aos fãs de RPGs¹, o jogo do ano (2011). Demoraram aproximadamente dois meses para que eu fosse saber o porquê. Apesar de à época do lançamento eu já possuir meu Inspiron 14R 920 com as configurações necessárias (tirando a maldita placa de vídeo "Intel HD Graphics" *eca*, a única coisa que me faz ter de jogá-lo nas piores resoluções) para rodar o jogo, levei um tempo para descobri-lo (What a SIN!). Em meados de Dezembro já sabia de sua existência, fosse pelo alvoroço de conhecidos e amigos meus que o usufruíram (porque, hoje, joga-se Tetris e Super Mário, mas usufrui-se de um jogo com tal alto calão; lo he dicho). Porém, at first, apesar de planejar usufruí-lo somente nas férias de junho deste ano, o fiz somente mês passado. "Fi-lo, porque qui-lo"(...) Ahahaha, não, não foi BEM assim. Fi-lo, porque pensei comigo:

1- Nos últimos anos venho percebendo o quão chato e deprimente (ao final das contas) pode ser jogar um jogo sem ter com quem compartilhar alegrias, desafios, frustrações, etc. que o mesmo tem a oferecer. Um RPG desse tipo, que não é usufruído ONline, oferece um certo "perigo", uma certa ilusão. Por quê? Simples: Você joga para divertir-se, aprender, "zerar" (posto que NUNCA vi um RPG onde você consiga DEFINITIVAMENTE zerar, isto é, sem ter mais nada a fazer dentro dele. Isso é um dos motivos do "perigo") e, acima de tudo, dos deveres de um jogador comum, ser o melhor do melhor do melhor, SR! Entretanto, de que adianta tudo isso se não há aquele amigo(a?)[Tá bom, algumas poucas meninasficam tão mais 'interessantes' por issotambém jogam] com quem comentar e/ou vivenciar tais experiências contigo? Busquei, pois, meios e motivos para jogar RPGs. É saudável a um homem o dever de buscar motivos em tudo (raríssimas as exceções), até mesmo àquela jogatina incessante, pois ela pode te levar a esse perigo de te deixar na ilusão, por levar-te a um "non sense recursive behavior".

2- Após algumas horas após -> este momento <- pensei: meu amigo Marcial e eu estamos de férias, ele vai usufruir de um jogo desse e eu vou ficar esperando ATÉ junho pra jogar uma coisa que daqui pra lá (perdoe-me, não é desprezo a algo tão gigante quanto o mapa do próprio jogo, é preocupação) OBSOLETA? BITCH PLEASE.

E foi assim que eu comecei a usufruir deste jogo, que julgo ser um dos melhores que já passaram pela minha vida, como RO, Gunz Online, Maple Story, FFVI, Megaman X, e tome etc. Inclusive não postei durante este final de semana porque estava, digamos, tendo uma "recaída" clique aqui e veja a cara do minha consciência quando você leu isso e SE você se lembrou que estou tentando parar. Anyway, the point is simple: estou tentando parar mesmo, porém para retornar, aí sim, só em junho. Why? Whinter is coming? Não, oito dragões (a quem eu disse que era 9, enganei-me nas contas, desculpe pela "falsidade ideológica") travestidos de disciplinas acadêmicas. Algumas atrasadas, outras, temidas. Skyrim é uma das algumas prerrogativas que terei de deixar este semestre.

Outro tópico importante: estou parando momentaneamente Skyrim pela minha mãe. Bem, meus pais, e creio que a maioria dos pais com faixa etária acima dos 40 assim o fazem, nutrem um preconceito seboso por jogos, a coisa fica ainda mais afrodescendente (aos politicamente corretos, já que se fala de preconceito) se falarmos de RPGs (agradecimentos aos sebosos mídia e nerds revoltados 4reveralones assassinos deprimidos pela construção dessa mentalidade nas décadas passadas). Quando pensei "Sei que muitas vezes, e não são poucas, os pais estão certos, mas muitas vezes também eles erram por só quererem ver aquilo que querem ver" estava referindo-me mais ou menos a isso. A visão de um adulto com tal idade parece-me ser fácil de explicar numa asserçãozinha básica, meu quiridó: não adianta jogar Skyrim, por vezes eles ainda acham que você joga Tetris!

a) Tente explicar toda a estética e sentido de um jogo como Skyrim.
b) Argumente o quanto de trabalho intelectual e criatividade são exigidos para a criação de uma Magnum Opus como essa (desde a trilha sonora, que convoca alguns dos mais conceituados músicos da atualidade, até o design e a trama, que mais parece um romance best seller com a incrível possibilidade de vivê-lo!).
c) Diga-lhe que a industria atual dos games consegue equiparar-se em importância à do cinema.
d) Junte tudo numa bacia e deixe em banho-maria por 10 minutos de conversa jogada fora e...

Mainha dirá "Em que é que [aqui ela quase vomita quando diz a palavra] JOGO vai servir pra você na vida, Pedro Henrique? É um vício!". Finish him! There's no more argument, cuz SHE ALWAYS DOESN'T UNDERSTAND!! Mas sabe o que quero fazer? Uma ideia que meu amigo Marcial não me deu, mas, sim, surgiu de um ato involuntário e de um comentário seu quando no começo deste ano, fui à casa dele. Eu quero mostrar e demonstrar, esse semestre, como eu estou estudando muito e buscando "o que fazer da vida". Quero que ela VEJA, todos os dias, quando passar à frente da porta de meu quarto, que deixarei sempre aberta, isso, afim de que, quando as férias chegarem novamente, não haja argumento que me tire de uma das coisas que mais gosto de fazer da vida: usufruir de obras primas. Claro que esse não é o motivo principal da dedicação que pretendo pôr em prática nos estudos este semestre. Mas, no fundo, é o que me dá mais estímulo para fazê-lo. Isso até lembra-me o peculiar confronto "Pai vs Filho" em "Terra Nova" (série mediana, porém com uma trama interessantíssima, pena que não renovará, parece): Captain Nathaniel Taylor vs Lucas Taylor. Em suma, Lucas, amargurado (não vou entrar em detalhes, ASSISTA À SEASON 01!), quer levar adiante, custe o que custar, um plano envolvendo pesquisas com "viagem temporal" que seu pai condenou e destruiu com as próprias mãos. O personagem vive então com uma sede em mostrar que, no final, conseguiu ganhar do seu odiado pai. O que muda comigo, É CLARO, NÉ, DUH!, é que não quero ver minha mãe morta, mas, sim, mostrar que já tenho idade o suficiente para fazer o que quero quando gosto disso e quando quero e ainda ser um "homem de sociedade".

Decerto que meus pais estão certíssimos quanto a uma coisa, e isso eu infelizmente demorei muito a concordar, concordo há pouco tempo: jogo vicia. Não como drogas ilícitas ou álcool, mas é algo a se tomar precauções, sim. Nada mais confirmador que um dos meus primos, "um homem feito", porém ainda exímio jogador, também, alertar-me sobre isso este final de semana, quando notou que passei quase todo o sábado e metade do domingo jogando o tal do Skyrim. Dividindo as cartas à mesa, a decisão que tomei foi a seguinte: jogar é uma dádiva àqueles que possuem mãos e cérebro apto (pobre Stephen Hawking, tem "o cérebro e a mão, mas não pode pegar o pão"), é bom demais, mas tem a sua raiz num vício. Um vício que, de fato, faz-me esquecer outros vícios e, inclusive, más lembranças minhas (não são poucas). Por tanto, quando assim o é de tão bom, esta atividade será redirecionada para horas onde o vício pode vir à vontade, isto é, horas vagas, ou seja, FÉRIAS, MANOLO!

Well, that's it. Quem sabe eu ponha mais coisa, NÃÃÃÃÃO, JÁ ESCREVEU DEMAIS POR HOJE, ESSA PORRA FICOU MUITO GRANDEEEE! mas é mais ou menos isso ae.

Nota:
¹. O emprego da palavra RPG nesse texto visa referir-se abertamente ao estilo de alguns jogos eletrônicos modernos, ou mesmo antigos, que podem envolver desde elementos como "HP, Stamina, XP, tramas pseudo-medievais, dragões, etc.". Não deve ser entendida como uma referência inerente à entomologia da palavra em seu emprego primeiro na história da humanidade (Role Play Game), isto é, o clássico "jogo de mesa".

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Bem, amigos, bem amigos

Se para um homem a procrastinação é prejudicial, para um escritor ela chacina sua profissão. É mortal! Não foi preciso ler isso em algum lugar para que eu o entendesse, posto que, nos zilhões de escritos espalhados pela nossa galáxia, com certeza alguém já deve ter posto isso no papel ou cuspido numa conversa esporádica. A boa, velha e maldita procrastinação foi companheira de toda minha vida, mas parece que só nesse período sombrio de onde estou retornando é que a danada grudou em mim, quis ficar bem íntima de minha pessoa. F-I-L-H-A DE UMA PUTA! Desculpem-me, não me segurei...UMA PORRA, ELA É ISSO MESMO! *Você é esquizofrênico textual ou o quê, filho?*. Enfim, cada post que tento escrever é uma rocha lisa escalada a mais fora de um poço de desespero monótono. Um poço onde a dita cuja acima empurrou-me no passado. Porém sempre sinto que estou "quase lá" a cada "trepada" dada (sacou o trocadilho?AHAHAHAHAHA!). Anyway, is this that matters, realy, by now.

Ah, é mesmo, não? Devo explicar o nome do blog àqueles poucos leitores de baixa estatura física, porém de colossal sabedoria e pelos quais tenho um apreço endeusado, que o leem. Sem delonga...*Pi...pi...pi...piii!*.

Noddinagushpa, como aqueles (poucos, né? Acho que... uns dois...) que já copiaram o verbete e o colocaram na barra de pesquisa do google devem saber, é, junto com o sintagma "(Main Theme)" a nomeação do título da música tema do Age of Empires (Precisamente o arranjo do AOE III, embora a melodia chave, aquele "Paaaaandaaaaam! Pandam, Pandaaaaam!(...)"; Merda, foi meio Edith Piaf isso, não saber notação musical sucks; já advenha das versões I e II, anteriores). OLHA O PRO-LIXO AÍ, GENTXI!! Sim, e daí? Tira as calças e mija aí! Não, sério agora.

Sempre fui uma pessoa de gigantesco fascínio e admiração por trilhas sonoras de jogos eletrônicos. Algumas promovem-me nostalgias dignas de embalagem, rótulo, bula e etiqueta, a fim de figurarem numa drogaria de antidepressivos, for example. Outras, como essa, chegaram a inspirar-me assaz, e até mesmo a não deixar que me concentrasse, algumas vezes, em aulas, entre outras atividades, durante certo período, pela facilidade com que grudam na nossa mente por serem boas demais. Noddinagushpa é um exemplo de música instigante. Pode-se dizer, também, que as demais músicas que compõe o jogo, compostas por Stephen Rippy, formam um conjunto digno da alcunha de "Magnum Opus". ENTRE TANTO ENTRETANTO, quero dizer, sem mais rodeios, algo, obviamente, tem de ter feito eu pôr esse difícil nome no blog. Vou explicá-lo. Além da necessidade de originalidade num título (que, tal como um nome dado a um bicho de estimação, depois de proferido, uma mudança futura nele não seria agradável a ninguém, apenas àqueles que gostam de confusão), pensei na questão do que a música representa para mim. Creio que o que escrevi aí em cima deve explicá-lo. A música me inspira, instiga-me. Foi composta em cima da esfera histórica do conquistador/colonizador (como pede o próprio plot do jogo, que trata de coisas como história, colonização, guerra, etc.), daquele que tem um objetivo, daquele que "MOVE A PORRA DO TRAZEIRO GORDO DA CADEIRA/CAMA/SOFÁ/WHATEVER YOUR ASS IS PRESSING E VAI À LUTA PELO QUE DESEJA". Daquele que vomita metaforicamente ao ouvir a palavra inércia * . Isto aqui fala mais sobre o tópico que acabei de acordar. Inspiração e estímulo são rações que tenho de comer todos os dias. Nada melhor que a simbologia do nome "Noddinagushpa" em minha vida para lembrar-me dos compromissos e planos que fiz comigo, mesmo antes ou após a criação deste blog. Está claro?

Não me venha perguntar dafuq means "Noddinagushpa" (acredito que não é uma macumba ou nome de feitiço 'Harrypotterano'). Ou até o que levou o compositor a usá-lo no tema principal do jogo. Pode botar essa no hall dos mistérios do universo, cuz I DON'T KNOW! Mesmo depois de ter pesquisado um pouco acerca. O que sei é o que acabou-se de ler aí em cima e ,também, é que gosto de como posso pronunciá-lo: "Nô-di-na-guxxxx-paaaa" aaaaah... Faz-me sentir meio 'Deutsch'.

Pois bem, acho que o post ficou gigantesco para falar sobre como estou lidando com o tratamento contra as drogas (no sentido viciante, e não pejorativo, ok?). Deixa pra próxima. Acho difícil morrer daqui pra lá, já que estarei protegido e well fitted pelas paredes de uma casa, praticando meu novo vício "madrugante". Por hora, Isso é tudo, pessoal!.

Ps.: Tentarei não mais escrever coisas como "Ah, o post tá grande demais", "O post tá pequeno", "O post tá de boi", "O post tá uma merda", enfim, coisas como a fórmula "Artigo 'O' + Substantivo 'Post' + Verbo informalizado 'Tá' + X", ok? Por uma simples questão de não querer mais gastar metalinguagem falando sobre o que já falei demais por aqui.
See ya!